Capítulo 8: A Tal da Quimioterapia X Cabelo

 
Agora é pra valer!! Chegou o dia de iniciar o tratamento da quimioterapia. É impressionante como só valorizamos as coisas, quando realmente nos atinge. Eu já havia passado por aquele tratamento antes em duas situações: como estagiária da área da saúde na pediatria oncológica do hospital Mário Kroeff e   como acompanhante do meu avô no tratamento dele. Mas parece que dá um branco... Era como se eu estivesse naquela situação pela primeira vez. Não deixava de ser né! Eu estava pela primeira vez como paciente.

Além de Deus, que jamais nos abandona, tive a companhia da minha mãe Solange, prima Sandra, amiga Ingrid e a irmã em Cristo, Neide. Isso porque algumas pessoas encontraram dificuldades devido ao horário, senão minha comitiva teria sido maior . E o mistério foi desvendado. Fiquei acho que quase duas horas recebendo uma medicação venosa e depois fui liberada. Pensei: não acredito! é só isso? fui embora me sentindo, pois eu continuava bem. Até que eu tirei de letra (bem...pelo menos nas primeiras horas rsrs).


             












Dei uma passada em casa pra buscar algumas roupas, já que eu ficaria alguns dias na casa dos meus primos e compadres, Sandra e Alberto. Em seguida, fomos a sorveteria, pois eu havia lido que picolé era bom pra aliviar os enjoos que a quimioterapia causava. Ao chegar na casa deles comecei a ficar um "pouquinho enjoada", depois... piorei. Passei a noite em claro, o sono parecia estar em qualquer lugar, menos comigo naquela noite. Eu angustiada, enjoada, tendo que tomar medicação com horário, um gosto horrível na boca, nossa!! não gosto nem de lembrar. Ao invés de melhorar com o passar do tempo, só piorava. Tive muito enjoo, cheguei a colocar o celular no silencioso e não querer receber ninguém. Eu só queria dormir, porque era o único momento que eu me via livre dos sintomas. 
O problema era esse, as vezes eu tomava remédio pra dormir e mesmo assim eu não conseguia. Dei início ao tratamento no dia 15 de Maio e após 15 dias o meu cabelo começou a cair. Não é uma queda imediata, é aos poucos. Eram fios e mais fios de  cabelo no travesseiro, no chão, na blusa, fica muito sensível... eu ficava preocupada com um simples abraço. Sem falar na pior parte, que é o banho. É muito cabelo no chão. Eu só esperei passar o dia da inauguração do novo templo da igreja que congrego para antecipar e acabar logo com aquele sofrimento. Para isso, mais uma vez, contei com a ajuda da minha amiga Ingrid. Ela disse que não foi ela e sim o Espírito Santo rsrs. Tadinha... ela estava tensa, mas no final deu tudo certo. Coloquei o cd do Fernandinho (cantor gospel) e no final ainda reclamei porque ela passou a -2 (eu acho) e ficaram uns fios horríveis. Pedi que ela passasse a zero e assim ela fez. Pensei que seria mais difícil, só não digo que não chorei porque foi impossível ver minha irmã Julyanne, de apenas 11 anos, atrás da porta do meu quarto aos prantos por causa daquela situação.  
Mas uma vez Deus se fez presente, acalmou meu coração. Eu sentia um consolo inexplicável dentro de mim e tive forças pra reverter a situação e tirar um sorriso da minha irmã, brincando com ela com os lenços na minha cabeça. 
Minha amiga Ingrid, mais uma vez, obrigada por fazer parte desse momento tão especial da minha vida. 

 













 







Fiquem atentos que brevemente publicarei o próximo capítulo!!! Beijos.
Que a paz de Cristo esteja sobre nós, desde agora e para todo sempre, amém.

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